“Muitas chuvas, e de grande intensidade, estão acontecendo em muitos lugares, desde o exemplo de Petrópolis, até em Minas Gerais, Paraná, na Bahia. Isso é um desequilíbrio ambiental. Há três meses estávamos na maior seca em anos. O descuido com o meio ambiente gera os extremos que estamos vendo”, comentou o engenheiro civil Henrique Azevedo Silveira, mestre em Engenharia Sanitária e Ambiental que atua na Secretaria de Obras Públicas de Maringá.
Depois da chuva torrencial que atingiu alguns bairros em Maringá na terça-feira (22), Silveira fez uma análise sobre o problema causado com uma das mais fortes chuvas das últimas duas décadas, quando avaliado o chamado tempo retorno da precipitação milimétrica, já que houve uma grande quantidade de chuva em um curto espaço de tempo: cerca de 30mm em um espaço de 40 minutos, com fortíssima intensidade nos 15 primeiros minutos de chuva.
“A tônica do verão é: chuvas intensas de menor duração (pancadas), baixa frequência e tempo de retorno elevado; e chuvas frontais ou ciclônicas (massa de ar muito quente encontra massa de ar fria). A chuva de ontem é algo que ocorre há cada 10, 15, 20 anos, foi muito intensa, e com potencial de estragos”, explica o engenheiro civil.
DRENAGEM – Conforme ele explica, poucos sistemas de microdrenagem urbana no Brasil são capazes de absorver tanta chuva rapidamente. “Nossas sarjetas são pequenas, as bocas de lobo são de baixo engolimento e as galerias são de pequenos diâmetros. Afinal, Maringá é predominantemente plana: baixa vazão, maior represamento”.
Neste sentido, observa, faz-se precipitado culpar o sistema de microdrenagem, já que os projetos de drenagem urbana da Prefeitura de Maringá obedecem parâmetros técnicos definidos.
Fonte: Diretoria de Comunicação
Fotos: Aldemir de Moraes.