A paisagem do bairro Taquara do Reino, de Ibiporã, está bem diferente do que se via no início do ano. Hoje as ruas estão asfaltadas, os terrenos e calçadas estão limpos, e a comunidade está mais consciente sobre a preservação ambiental. As mudanças ocorreram graças ao Programa A União Faz a Vida (PUFV), da Sicredi União PR/SP, que viabilizou o projeto ‘Meio ambiente por meio de políticas públicas’, desenvolvido por professores e alunos da Escola Municipal Presidente Marechal Humberto Alencar Castelo Branco e do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Precioso Tesouro.
A diretora das duas instituições de ensino, Juliana Maria de Jesus Ribeiro, conta que o trabalho foi iniciado por meio de expedição investigativa em ruas do bairro. “As crianças ficaram impressionadas com a quantidade de lixo e até identificaram objetos descartados pela própria família. Por isso, as duas instituições decidiram que o projeto seria com foco em preservação ambiental”, cita.
As ações conjuntas também foram motivadas pela proposta do PUFV, que incentiva o cooperativismo, o envolvimento da comunidade e o sentimento de pertencimento. Sendo assim, a primeira ação foi levar as crianças para visitar o prefeito João Toledo Coloniezi, a fim de apresentar as necessidades do bairro, como a execução do asfalto, que agora está em fase de conclusão.
No córrego Taquara, as turmas também fizeram mutirão de limpeza e o plantio de 70 mudas de árvores doadas pela prefeitura – outras 120 serão plantadas até novembro. E como o bairro já recebe coleta seletiva, a opção foi por ações de conscientização na comunidade. “Esse trabalho foi feito em parceria com agentes sanitários do município. Mensalmente, eles fazem a entrega de sacos de lixo e de panfletos, enquanto as crianças reforçam a importância da separação correta do lixo reciclável”, enfatiza Juliana.
A diretora cita ainda que convidaram pioneiros do município para contar às crianças que, antigamente, o lixo era queimado, mas com o aumento da população e da produção de lixo foi preciso encontrar outras soluções para os resíduos. Teve ainda palestra e apresentação teatral para ensinar aos alunos a importância de preservar o meio ambiente.
“Essas ações resultaram na mudança de mentalidade das crianças, que passaram a cuidar mais de seus pertences e a cobrar tanto dos pais quanto de vizinhos. Além disso, trouxe nova paisagem para o bairro, após recolhimento dos lixos espalhados. Sem dúvida, valeu todo o empenho”, frisa Juliana.
Além das questões ambientais, o projeto também promoveu ações de melhorias, como mutirão com os pais de alunos que pintaram a escola municipal e o CMEI. “Em novembro vamos finalizar o projeto com mais uma ação de conscientização sobre o lixo, teremos mais um bate-papo com pioneiros e vamos construir um marco na pista onde foram demolidas barraquinhas irregulares. Nesse local também faremos o plantio de mudas da flor crotalária, que atrai libélulas, predadoras naturais das larvas do mosquito Aedes Aegypti”, adianta.
Ao todo, o projeto terá duração de nove meses e apesar de ser encerrado com o ano letivo, Juliana está certa de que o trabalho terá continuidade. “Toda mudança que vimos no bairro mostra que quando a gente coopera os benefícios acontecem. Essa verdade ficou clara para as crianças e para a comunidade e, por isso, penso que cada um seguirá fazendo a sua parte”, avalia.
PROGRAMA
O Programa A União Faz a Vida foi criado há 21 anos no Sistema Sicredi com o objetivo de contribuir com a sociedade por meio da melhoria da qualidade de ensino. O foco é incentivar os alunos a terem mais interesse pelo conhecimento, tornando-os protagonistas do processo de aprendizagem. A ideia é que se tornem cidadãos mais cooperativos e proativos no desenvolvimento da comunidade onde vivem.
As atividades são feitas por meio de expedição investigativa, pesquisa, relatos, rodas de conversa, entre outros. Vale ressaltar que as práticas educativas contam, quase sempre, com o envolvimento da família dos alunos e de apoiadores da comunidade – profissionais e moradores voluntários que agregam conhecimento e, assim, viabilizam a proposta de aproximar o processo educativo da sociedade. O ano letivo é encerrado com a apresentação do aprendizado em forma de dança, teatro, música ou feira de ciências. Há também a exposição do portfólio dos projetos desenvolvidos ao longo do ano.
Fonte: Textualcom – Foto: Divulgação/Sicredi