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Live realizada pelo curso de Engenharia Civil da Unicesumar na última quarta-feira (03/6) contou com a participação do vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Marcos Mauro Pena de Araújo Moreira Filho, e do presidente do Sinduscon-PR/Noroeste, Rogério Yabiku. Na ocasião, eles abordaram o cenário atual para o setor da construção civil, tendo em vista os desafios impostos pelo novo Covid-19, bem como as perspectivas de crescimento e inovação no pós-pandemia.
A conversa foi mediada pelo coordenador do curso de Engenharia Civil da Unicesumar, Judson Ricardo Ribeiro da Silva, que abriu a live perguntando sobre o cenário atual frente à pandemia. Na avaliação de Marcos Mauro Pena Filho, o setor da construção civil pode contribuir para acelerar a retomada econômica. “Além de ser uma atividade transversal por interligar vários setores, temos facilidade para gerar emprego e o trabalho em canteiro de obras é em ambiente aberto”, afirmou.
Yabiku lembra que o setor finalizou 2019 com grande expectativa de crescimento para 2020, mas as construtoras tiveram de recuar porque as obras ficaram quase 25 dias paradas devido ao Decreto Estadual. E com a retomada gradativa o setor ainda está atuando com cerca de 50% do efetivo. “Nesse contexto, o Sinduscon incentivou medidas preventivas para a retomada responsável das atividades e participou da parceria com a Acim para equipar os hospitais. Acredito que estamos colhendo os frutos desse esforço”.
INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
Em seguida, Silva perguntou sobre como a pandemia deve impulsionar as tendências tecnológicas e inovadoras para o setor. Marcos Mauro Pena Filho, que é ex-presidente do Sinduscon-PR/Noroeste, disse que desde o ano passado o sindicato passou a focar em tecnologia, tanto que em novembro, ainda durante a sua gestão, inaugurou o Engenium Park, em parceria com a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Maringá (AEAM).
Marcos Mauro Pena Filho também destacou as boas perspectivas para os projetos de automação, e citou ainda o BIM (Building Information Modeling – Em português, Modelagem da Informação da Construção) como uma ferramenta eficaz para o setor. “Não é a solução de todos problemas, mas o BIM é fundamental e fará cada vez mais parte do dia a dia dos engenheiros”.
Quanto ao Engenium Park, que tem 24 estações de trabalho para abrigar construtechs e startups, Yabiku disse que o espaço ainda não está funcionando a todo vapor por causa da pandemia. A expectativa, porém, é firmar parcerias para acelerar o incentivo de pesquisas e desenvolvimento de inovações e tecnologias para o setor.
O presidente do Sinduscon-PR/Noroeste destacou ainda a importância de o setor se despertar para o uso de tecnologias como drones, inteligência artificial, soluções sustentáveis, construções modulares, entre outros. “Espero que a pandemia também faça nossos representantes repensarem sobre os altos impostos que atrasam a chegada de inovações no Brasil, porque certamente vamos precisar de soluções tecnológicas e inovadoras para alavancar o crescimento do País”, ressaltou.
HABILIDADES PROFISSIONAIS
Para finalizar a live, o mediador pediu para os convidados destacarem as habilidades profissionais que, atualmente, o mercado espera dos novos profissionais de Engenharia Civil. Marcos Mauro Pena Filho foi o primeiro a responder e disse que comprometimento é a característica mais importante. “Quando saem da universidade ainda precisam de um período de adaptação e de aprendizado para só depois comandar equipe. Para isso não basta envolvimento, é preciso estar comprometido com a profissão”, disse.
Expertise na área tecnológica também é considerada, por Marcos Mauro Pena Filho, como fundamental para acelerar o processo de digitalização do setor. Ele também citou que há dois anos o Sinduscon lançou, em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) um programa de residência técnica que permitia a contratação de trainees para facilitar a transição da academia para o mercado.
Yabiku ressaltou que no pós-pandemia esse programa de estágio deve ser retomado, e contará com a parceria do Serviço Social da Indústria (Sesi) para incentivar e facilitar as contratações de recém-formados. Já entre as qualidades essenciais para os novos profissionais de Engenharia Civil, ele destacou conhecimentos em tecnologia, facilidade para fazer networking, flexibilidade para gerenciar mudanças e habilidade para trabalhar em equipe. “Além disso, é importante ter fluência em Inglês porque é preciso pesquisar materiais e buscar novos conceitos fora do Brasil para não ficar estagnado”, completou.
Fonte: Jornalista Graziela Castilho Cavalaro
Fotos: Paulo Souza/Arquivo AaZ Magazine e Divulgação.