No topo do prédio de seis andares da nova sede da Sicredi Dexis uma estação meteorológica tem um papel importante e menos usual: mede a incidência de sol e chuva e, assim, controla automaticamente a abertura e fechamento das persianas. O edifício também conta com sistema de automação responsável por medir o consumo de energia elétrica e água, concentração de CO2 nos ambientes, além de controlar iluminação, ar-condicionado e diversos equipamentos.
Estes são apenas alguns diferenciais da nova sede da cooperativa apresentada para a imprensa e influenciadores em 31 de maio, e que no dia seguinte (01/06), às 9h, foi inaugurada com a presença de autoridades e lideranças, prometendo ser o novo cartão-postal de Maringá. A obra, que levou quatro anos para ser finalizada, sintetiza os valores da Sicredi Dexis: cooperativismo, relacionamento próximo e valorização dos colaboradores são alguns deles. E também antecipa o futuro de uma instituição financeira. Isso porque na agência que funcionará no prédio não haverá circulação de dinheiro físico, mas privilegiará o relacionamento.
No térreo e primeiro andar há espaços para uso dos associados e da comunidade, como auditório com 388 lugares e exposição que conta a história do cooperativismo e da Sicredi Dexis, além de café e salão de beleza disponibilizados por parceiros locais. No segundo andar há espaço do conhecimento, espaço família para os filhos dos colaboradores, refeitório, sala de descanso, de espiritualidade e de massagem para os colaboradores.
Nos subsolos são cerca de 180 vagas de estacionamento, incluindo vagas exclusivas para caronas solidárias, bicicletário com vestiário e estação para carregamento de carro e patinete elétrico. O edifício conta com sistema de ar-condicionado eficiente do tipo VRF e iluminação em LED, garantindo eficiência, além de painéis e películas fotovoltaicas na cobertura para captação de energia solar, que é um sistema diferenciado de obras da região. Oito elevadores de alta eficiência foram instalados. Há, ainda, mais de 200 lixeiras para destinação de reciclados – uma estação de reciclagem foi instalada ao lado da doca.
A projeção é que, em pleno funcionamento, o prédio consuma 70 mil quilowatt (kWh) de energia elétrica por mês. Do total, 11 mil serão gerados pelo sistema interno de energia limpa e quase todo o restante virá de uma usina de energia solar instalada no final do ano passado pela cooperativa em Astorga/PR – para comparação, em média, uma família de quatro pessoas consome 152,2 kWh por mês.
Nos telhados verdes das torres sul e norte foram plantadas espécies nativas ou adaptadas à região. Também há sistema de captação de água da chuva para atender toda a demanda de abastecimento das torneiras dos banheiros, irrigação e descargas de vasos sanitários. Tecnológico, o prédio tem controle facial e acessibilidade total.
“A sede reitera aquilo que acreditamos ao resgatar e preservar nossa história por meio de uma exposição, ao oferecer espaços para uso da comunidade e também faz a ponte para o futuro. Hoje não é preciso ir a uma agência financeira para fazer transações, porque isso está disponível pelo celular, mas fazemos relacionamento”, diz o presidente Wellington Ferreira.
O edifício privilegia iluminação natural e tem queda d’água para a redução do calor. Com tantos diferenciais, vai pleitear a certificação LEED Platinum, mais alto nível de certificação, concedido a menos de 10% dos edifícios certificados no mundo. No Brasil, menos de cem empreendimentos têm certificação platinum.
Durante a execução da obra foram cumpridas boas práticas, como controle de sedimentos e proteção do entorno, o que incluiu lavar rodas dos caminhões que saíram da obra, cuidados na manipulação de materiais para controle de poeira e também preocupação com a destinação correta dos resíduos e com a saúde e o bem-estar dos trabalhadores – em alguns períodos, a obra chegou a contar com mais de 200 pessoas no canteiro.
Localizado na esquina das avenidas Paraná e Carneiro Leão, na região central de Maringá, o projeto tem aproximadamente 20 mil metros quadrados de construção, num terreno de mais de 4,1 mil metros quadrados. Foi concebido pelo arquiteto Edson Yabiku e pelo engenheiro civil Wilson Yabiku, com execução da Plaenge Industrial.
Ícones de design
Em todos os pisos, colaboradores e visitantes encontram peças assinadas por ícones do mobiliário e das artes. De Sergio Rodrigues, o maior nome do design brasileiro, há as poltronas Mole, Beg, Lia, Vivi, Navona, Diz e Tonico, além do banco Mocho. De Jorge Zalszupin, imigrante polonês que foi um dos principais designers do modernismo no país, há as poltronas Brasiliana e Cubo, além do banco Onda. O Estudiobola, reconhecido pelos desenhos autorais, elegantes e simples, também está presente no mobiliário, assim como Jader Almeida, ganhador de diversos prêmios internacionais, e o premiado designer gaúcho Guilherme Wentz.
Os admiradores do design ainda encontram luminárias e pendentes feitos com papel japonês assinados por Adriana Yazbek, criações de Arthur Casas e de Roberta Banqueri, além de outros expoentes nacionais.
Das artes plásticas vem do maringaense Paolo Ridolfi uma obra exclusiva, chamada ‘Selva’
assim como telas da artista plástica goiana Eloisa Lobo.
Já a tapeçaria contemporânea de Carolina Kroff estampa uma parede. “Fizemos curadoria do design nacional por meio de móveis, telas e tapeçaria. É um reconhecimento ao talento de várias gerações de designers e arquitetos do país”, conta a arquiteta Vanessa Shirakura Rodrigues, que assina o projeto de interiores do prédio. Ela explica que adotou três premissas: atemporalidade do projeto, priorização do design brasileiro e a biofilia, conectando o meio ambiente às pessoas, promovendo o bem-estar e o conforto emocional. Só no interior do prédio há mais de 15 espécies de plantas e folhagens. Os jardins verticais possuem mais de 50 metros quadrados.
Fonte: Giovana Campanha/Matéria Comunicação.
Fotos: Divulgação/Sicredi Dexis.