Foram 3.482 novas vagas criadas em maio e no ano já são 31.800 acumuladas
O mercado de trabalho na indústria continua aquecido no Paraná. Em maio, o setor abriu 3.482 novos postos de trabalho. Foi a terceira atividade que mais criou vagas, atrás dos setores de serviços e do comércio. No total o estado gerou 15.884 novos empregos. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (1/7), pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).
Em maio do ano passado a indústria havia fechado 7.526 postos de trabalho, como consequência do forte impacto do período inicial da pandemia da Covid-19 no Brasil. De acordo com o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe, o bom resultado agora está atrelado ao desempenho da produção industrial, que de janeiro a abril deste ano acumula crescimento de 18% em relação a igual período do ano passado. “Com exceção de dezembro, que é um mês tradicionalmente de muitos desligamentos em função da sazonalidade, desde junho de 2020 a indústria vem acumulando alta nas contratações de trabalhadores. Um reflexo da forte recuperação do setor”, informa.
Apesar de positiva, a abertura de vagas na indústria vem perdendo o ritmo desde fevereiro deste ano, quando obteve o melhor resultado. O saldo chegou a 9.528 empregos gerados. No mês seguinte, a queda foi de 42,5% (5.480). Em abril, caiu 26%, com saldo de 4.057 vagas. E agora, mais 14% de redução nas contratações, embora ainda sendo um resultado positivo. “Não é possível prever como o mercado de trabalho deve se comportar daqui para frente. Mas o primeiro semestre deve ser mais positivo do que o segundo”, afirma.
Alguns fatores podem pesar nessa conta, de acordo com o economista. Como a geração de empregos está ligada ao ritmo de produção, as incertezas em torno da crise hídrica – que já teve como consequência a mudança de bandeira tarifária e o aumento dos custos da energia elétrica, insumo fundamental nas indústrias – podem reduzir o ritmo das operações nas fábricas. “Um possível racionamento de energia também afetaria o trabalho nas linhas de produção, que teriam que se adequar para atuar de forma escalonada”, sugere. “Com redução da produção, o empresário também segura as contratações e isso se reflete na oferta de vagas no mercado de trabalho”, aponta.
Por outro lado, se a campanha de imunização da população ocorrer dentro do calendário proposto pelo governo estadual, pode ser um indicador positivo. “Com mais pessoas vacinadas a rotina tende a retomar a normalidade, fomentando a atividade de consumo em outros setores e com aumento de demanda também para o setor industrial”, avalia.
Em maio, o segmento que mais abriu vagas na indústria do Paraná foi manutenção e reparação de máquinas e aparelhos, com 482 novas contratações. Depois vem o da madeira (451), produtos de metal (412), máquinas e equipamentos (357) e confecções (276). Dos 24 setores avaliados pelo Novo Caged, apenas quatro demitiram mais do que empregaram. O gráfico (-27), têxtil (-25), artefatos e produtos de couro e calçados (-23), e produtos diversos (-13).
Acumulado do ano
De janeiro a maio, a indústria acumula 31.858 novas contratações no estado. No ano passado, neste mesmo período, o resultado era negativo. Mais de 10 mil vagas foram fechadas no setor no Paraná. Agora, a fabricação de artigos do vestuário e confecções lidera as admissões, com 4.690 novos trabalhadores contratados. Na sequência vem o setor alimentício (3.832), madeireiro (3.203), fabricação de produtos de metal (2.680) e máquinas e equipamentos (2.498). “O setor automotivo, que ano passado foi fortemente impactado pela pandemia, este ano já acumula 986 contratações, o que é um bom sinal”, destaca o economista.No ano, das 24 atividades industriais avaliadas, apenas o setor de bebidas mais demitiu do que contratou (-51 vagas). “Isso confirma que a indústria paranaense, que é diversificada, vem num bom ritmo de recuperação desde o segundo semestre do ano passado”, reforça Felippe. Uma prova do bom momento da indústria, segundo ele, é o resultado do PIB divulgado ontem pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). “O PIB industrial no primeiro trimestre deste ano cresceu 6,6% em relação ao mesmo período do ano passado”, informa. Atualmente, a indústria representa 22% do PIB total do estado.
Fonte: Patrícia Gomes/AgênciaFiep – Foto: Gelson Bampi/Fiep