Com certificação, Agroecologia e Agricultura Familiar buscam mercado

O Selo de Qualidade Regional será a comprovação de que a produção segue boas práticas e é acompanhada pelos órgãos governamentais

A Emater fez o lançamento do Selo Qualidade Regional, que identificará produtos oriundos da agricultura familiar que atendam critérios como apresentarem bom visual, estarem embalados de forma segura, terem sido produzidos dentro das técnicas de manejo orientadas pela Emater e seguido boas práticas nos quesitos adubação e combate a pragas e doenças.

O lançamento foi feito durante o Encontro de Agroecologia, realizado em parceria com a Sociedade Rural de Maringá (SRM) durante a Expoingá 2019 e contou com a participação da diretoria da SRM.

Para a presidente da Sociedade Rural, Maria Iraclézia de Araújo, “o selo é um enorme avanço, que vai valorizar a produção das pequenas propriedades, onde o produtor dedica-se pessoalmente ao cuidado de suas plantas”.

Segundo Iraclézia, a agricultura familiar oferece o que há de melhor em alimento e o trabalho envolve, além do produtor e sua família, a assistência da Emater, a pesquisa do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) e de outros órgãos. Para ela, a certificação é um passo importante na organização da atividade para ampliar sua participação no mercado.

O presidente do Instituto Emater, Natalino Avance de Souza, citou que este tipo de selagem é muito comum na Europa e Estados Unidos e serve como orientação ao consumidor para que tenha segurança do que está comprando e consumindo.

O Selo Qualidade Regional sai em duas versões. A primeira lançada é a verde, que está relacionada aos produtos vegetais ou de origem vegetal. Em breve a Emater vai lançar também um selo que ateste a origem e a qualidade de produtos de origem animal.

A engenheira de Alimentos da Emater Juliana Cristina Bittencourt dirigiu os estudos para fundamentar a criação dos selos de qualidade e diz que se espantou ao saber que mesmo usando somente 27% das terras agricultáveis, a agricultura familiar é responsável pela produção da maior parte dos alimentos consumidos no País. E mais, apesar da grande produção regional, 70% das hortaliças encontradas no mercado local vêm de outros Estados.

CAMPEÃO DA CERTIFICAÇÃO

O técnico agrícola Nilson Barnabé Ferreira falou sobre o crescimento da produção e comercialização de produtos oriundos da agroecologia e destacou que isto é resultado da parceria da Emater com várias instituições que estão facilitando e agilizando as certificações. Graças ao trabalho destes parceiros, o Paraná já é o Estado brasileiro com maior número de produtores orgânicos certificados.

Segundo ele, ainda há muito espaço para a produção orgânica e o produtor vai ter a assistência necessária porque a Emater está aumentando o número de técnicos, tanto no grupo hortícolas quanto da produção de leite orgânico, o chamado leite verde.

“Cabe ao produtor, tanto de orgânicos quanto da agricultura familiar tradicional, também cuidar da organização do negócio”, diz Barnabé. “Será necessária a criação de cooperativas e outras entidades para agregar os produtores, tratar da comercialização e criar estratégias para que os produtos passem a ser comercializados também nos supermercados”.

A 47ª Expoingá trabalha alinhada aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), dentro de várias de suas atrações e projetos expostos ao longo dos dias da feira. A certificação de produtos agroecológicos e da Agricultura Familiar atende o 1º, o 12º e o 17º da lista dos 17 ODS fixados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que trata educação de qualidade, cidades e comunidades sustentáveis e parcerias em prol das metas.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa/SRM.
Fotos: Ivan Amorim/Pólen Imagens.