Mulheres representam 27% da força de trabalho da indústria paranaense

Maior empregador de mão de obra feminina é o segmento alimentício, mas confecções e artigos do vestuário é o que mais oferece oportunidades a elas proporcionalmente

Dos mais de 792 mil trabalhadores da indústria do Paraná, 27% ou quase 217 mil são mulheres. Embora ainda sejam minoria frente aos homens, elas dominam setores como o de confecções e artigos do vestuário e farmoquímico e farmacêutico, assim como apresentam maior nível de escolaridade. É o que revelam os dados mais recentes levantados pelo Observatório do Sistema Federação das Indústrias do Paraná com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério da Economia, e do Censo da Educação Superior (Inep), ambos de 2019.

Em números absolutos, o setor industrial com mais trabalhadoras é o de produção de alimentos, com 76 mil profissionais. Seguido por confecções e artigos do vestuário (36 mil); fabricação de produtos de borracha e material plástico (8.700); e moveleiro (8.600). Porém, proporcionalmente, a mulher domina segmentos como confecção e artigos do vestuário, representando 73% da força de trabalho.

As mulheres também fazem a diferença no setor farmoquímico e farmacêutico, em que respondem por 58% do efetivo total contratado. “Esta área exige mais qualificação e maior grau de instrução. E neste quesito, as mulheres estão se sobressaindo em relação aos homens”, avalia a gerente executiva do Observatório do Sistema Fiep, Marília de Souza, que reforça: “enquanto há um equilíbrio entre homens e mulheres em relação à conclusão do Ensino Fundamental e Médio, elas aparecem em vantagem com relação à graduação. Pouco mais de 13% das trabalhadoras possuem Ensino Superior completo contra 8% dos homens”, completa.

De acordo o Censo da Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), entre 2018 e 2019, as matrículas de mulheres em cursos de graduação no Paraná foram principalmente nas áreas de Negócios, Administração e Direito (54 mil), Saúde e Bem-Estar (43 mil), Educação (31 mil) e Engenharia, Produção e Construção (23 mil).

“Aumentar a qualificação é uma forma de buscar maior estabilidade na profissão e crescer dentro da empresa em que já atuam. E isso se confirma em números. Cerca de 20% das mulheres ficam de cinco a 10 anos na mesma indústria, enquanto entre os homens o resultado é de 16%”, compara.

Tendências

 O Observatório do Sistema Fiep também analisou as últimas tendências no mercado de trabalho na indústria. “Quando comparada a variação entre 2018 e 2019, o aumento de vínculos trabalhistas nos setores alimentício, celulose e papel e materiais elétricos foi maior para mulheres do que para homens”, diz a gerente executiva, Marília de Souza. Segundo ela, houve maior aumento de vínculos trabalhistas para elas neste período, proporcionalmente, nos segmentos do fumo (19,8%), construção de edifícios (17,6%), alimentos (12,8%) e celulose e papel (10,2%). Quando o assunto é em relação à faixa etária, observa-se um equilíbrio maior entre homens e mulheres contratados na indústria. A maioria tanto de homens quanto de mulheres admitidas tem entre 30 e 49 anos.

Por fim, dados do Novo Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – do Ministério da Economia, sobre o mercado de trabalho no ano passado (2020), sinalizam que quando considerada a diferença entre postos de trabalho abertos e fechados, os setores industriais com maior saldo positivo para trabalhadoras foram o de alimentícios (7 mil), madeira (982) e móveis (802). No total, o saldo de vínculos trabalhistas entre as mulheres foi positivo, com 9.092 novos postos de trabalho criados em relação a 2019. Esse dado é significativo, particularmente considerando que 2020 foi um ano marcado por uma grave crise sanitária e econômica.

Fonte: Patrícia Gomes/AgenciaFiep – Foto: Gelson Bampi/Fiep