“Abril Verde” reforça cuidados com segurança do trabalhador em meio à pandemia

A campanha busca a conscientização de trabalhadores e empregadores quanto à melhoria das condições de trabalho, a redução dos acidentes e os agravos à saúde do trabalhador
O mês escolhido faz referência ao Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.
Segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT), no Brasil, em 2018 ocorreram 623,8 mil acidentes de trabalho e cerca de 2 mil óbitos.
O presidente da Associação Paranaense de Engenheiros de Segurança do Trabalho (Apes), Roberto Serta, explica que no atual momento da Covid-19 as empresas estão reforçando os cuidados com a segurança para evitar a contaminação e propagação do vírus.
De acordo com o gerente da Regional Maringá do Crea-PR, Engenheiro Civil Hélio Xavier da Silva Filho, a pandemia exige ainda mais qualidade e posicionamento estratégico dos profissionais.

No mês voltado à segurança do trabalhador, equipes de Segurança do Trabalho das empresas estão focadas na preservação da saúde dos profissionais em meio à pandemia do Coronavírus

Estamos no Abril Verde, mês voltado à segurança do trabalhador. A campanha busca a conscientização de trabalhadores e empregadores quanto à melhoria das condições de trabalho, a redução dos acidentes e os agravos à saúde do trabalhador, além de mobilizar a sociedade para prevenção das doenças que ocorrem em decorrência do trabalho. O mês escolhido faz referência ao Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. No Brasil, a Lei n.º 11.121/2005 institui a celebração dessa data no dia 28 de abril.

Segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT), no Brasil, em 2018 (último ano da pesquisa), ocorreram 623,8 mil acidentes de trabalho entre a população com vínculo de emprego regular e cerca de 2 mil óbitos, um crescimento de 13,5% em relação ao ano anterior que registrou 549,4 mil acidentes de trabalho. No Paraná, foram 48,8 mil notificações em 2018, sendo que 197 desse total morreram. O maior número de notificações de acidentes de trabalho no período, 3,3 mil, ocorreu nas indústrias de abate de suínos, aves e outros pequenos animais. No topo do ranking também estão notificações de acidentes ocorridos nas áreas da saúde e da construção civil.

Outro dado que chama a atenção é que no Paraná, a cada 100 mil trabalhadores, nove perdem suas vidas por conta de acidentes no ambiente de trabalho. Ainda de acordo com o levantamento do MPT, a maioria dos acidentes de trabalho no Estado em 2018 (20%), aconteceu na capital, Curitiba, seguido de Londrina (7%), Maringá (5%) e Cascavel (5%). Os acidentes de trabalho em 2018 geraram no Paraná a expedição de 9,8 mil concessões de benefício previdenciário de auxílio-doença e 596 concessões de aposentadoria por invalidez.

Nos 30 municípios da 15ª Regional de Saúde de Maringá, conforme dados do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador do Governo do Paraná (Cerest), 1.321 trabalhadores foram vítimas de agravos relacionados ao trabalho em 2018. Desse total, 656 foram acidentes considerados graves: 549 com material biológico, 112 intoxicações exógenas, dois transtornos mentais, duas perdas auditivas induzidas por ruído e dois ignorados, que não tiveram as reais causas dos acidentes informadas. Em 2017, foram 3.089 agravos de trabalho notificados – redução de 42%. Os dados de 2019 ainda não foram divulgados.

Esses números elevados demostram a importância da campanha Abril Verde. No Paraná, a iniciativa é do Sindicato dos Técnicos de Segurança do Estado com o apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR). Neste ano, mesmo seguindo as recomendações da quarentena por conta da pandemia do Coronavírus, a campanha está sendo realizada.

O presidente da Associação Paranaense de Engenheiros de Segurança do Trabalho (Apes), Roberto Serta, explica ainda que no atual momento da Covid-19 as empresas estão reforçando os cuidados com a segurança para evitar a contaminação e propagação do vírus no ambiente de trabalho, e que as equipes das empresas estão buscando as melhores alternativas. “No mundo empresarial, algumas indústrias pararam as linhas de produção assim como algumas montadoras. Mas aquelas empresas que produzem artigos e serviços essenciais à população implementaram um plano de contingência para minimizar os riscos por home office. Já outras empresas optaram por equipes trabalhando em turnos e outras por algumas operações feitas com revezamentos diferenciados, além de manter foco na higienização dos ambientes, é claro”, observa.

De acordo com o gerente da Regional Maringá do Crea-PR, Engenheiro Civil Hélio Xavier da Silva Filho, a pandemia exige ainda mais qualidade e posicionamento estratégico dos profissionais. “Há uma necessidade de fortalecimento de políticas estratégicas muito bem definidas para este momento”, explica.

FALTA DE EPIs
No Brasil e no mundo, profissionais da área da saúde são hoje os mais atingidos pela pandemia, pelo contato direto com pacientes infectados. O número crescente de atendimentos tem gerado a falta de insumos para esses profissionais. “A grande dificuldade que as empresas enfrentam neste momento é o desabastecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs), principalmente nos hospitais, como luvas, máscaras, protetores faciais, toucas e outros. Por isso, as empresas estão buscando fornecedores de EPIs em grupos nas redes sociais e outras alternativas, como novos fornecedores”, conclui Serta, reiterando que as empresas precisam adquirir apenas EPIs homologados, e que o uso de máscaras caseiras, de pano, “são medidas recomendadas apenas para o cidadão comum. O trabalhador que está exposto ao risco biológico tem que utilizar um EPI homologado pelo fabricante”, alerta.

Atenção especial deve ser dada no momento da retirada dos EPIs para evitar a contaminação das mãos e mucosas. Intensificar a higienização das mãos é uma das medidas mais efetivas para a prevenção de disseminação das doenças. Além dos clássicos cinco momentos, o profissional deve higienizar as mãos durante a retirada dos EPIs e após tocar superfícies que podem estar contaminadas. Pacientes também devem ser orientados a lavar as mãos com frequência.

Crea-PR
O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná, criado no ano de 1934, é uma autarquia responsável pela regulamentação e fiscalização dos profissionais da empresa das áreas das engenharias, agronomias e geociências. Além de regulamentar e fiscalizar, o Crea-PR também promove ações de atualização e valorização profissional por meio de termos de fomentos disponibilizados via Editais de Chamamento.

Fonte: Jornalista Carina Bernardino/Savannah Comunicação
Fotos: Divulgação/Crea-PR