Revisão do conjunto de leis que regula a ocupação do solo está em fase de conclusão; previsão é de que a apresentação do texto do projeto seja feita no segundo semestre
A palestra ‘Plano Diretor e seu impacto no mercado imobiliário’, promovida pela Central de Negócios Imobiliários de Maringá na segunda-feira (20/6), reuniu dezenas de empresários associados e corretores de imóveis da entidade. Realizado no Auditório Arlindo Planas, na Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim), o evento teve o objetivo de apresentar o andamento da revisão do Plano Diretor de Maringá – em fase de conclusão – e esclarecer o impacto que as mudanças podem causar tanto no setor imobiliário quanto na população em geral.
O tema foi conduzido pelo vice-presidente do Sinduscon-PR/Noroeste, Leonardo Fabian, e pela assessora regional da Plaenge em Maringá, Isabela Gardin Berdu. Ambos acompanham desde o início, em 2019, a tramitação realizada pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Maringá (Ipplam).
Ao abrir a palestra, Fabian explicou que o Plano Diretor é um conjunto de leis sobre a ocupação do solo, que inclui construções residenciais, comerciais e industriais, sejam verticais ou horizontais, e que permanece em vigor durante dez anos, conforme exigência de Lei Federal, direcionando os rumos do crescimento da cidade. Ele informou também que a quarta etapa do processo de revisão, que consiste na elaboração do texto das leis, teve início neste final de junho e que na primeira metade do segundo semestre deve ser levado à Câmara Municipal para aprovação.
Leonardo Fabian, que também é gerente geral da Plaenge, esclareceu que o Plano Diretor de Maringá é de 2006 e, por isso, esta é a primeira vez que passa por revisão. “O processo está atrasado porque veio a pandemia e impediu as audiências públicas. Com isso, o prazo de finalização foi estendido para 2025, mas a previsão é de que a Câmara aprove este ano, garantindo tempo para a elaboração das leis complementares”.
O palestrante explicou ainda que a revisão está sendo feita por etapas, sendo que na primeira foi definida a metodologia do processo e a participação da sociedade por meio de audiências públicas. Na segunda foi feito o diagnóstico da cidade para identificar os problemas estruturais e os anseios para o futuro. “Já a terceira etapa exigiu várias audiências públicas porque buscou soluções para os problemas, bem como estratégias para melhorar o desenvolvimento de Maringá. Inclusive, essas reuniões já estão sendo finalizadas”, completou Fabian.
Dentre tantos itens discutidos no Plano Diretor, Fabian destacou que alguns podem influenciar diretamente o valor dos imóveis e, por consequência, as imobiliárias. São eles: área de verticalização, que se reduzida afeta a oferta de imóveis na cidade; impacto de vizinhança, com exigências que podem interferir na viabilidade de novos empreendimentos; e outorga onerosa da prefeitura.
Nesse ponto, Isabela destaca que a preocupação do setor é de que ocorra alguma mudança brusca que possa complicar os empreendimentos que estejam em execução. “Esses tipos de mudanças impactariam não só o valor, mas também o aspecto dos imóveis. Se um prédio alto está sendo construído em uma área que o novo Plano Diretor permite só torres baixas, por exemplo, podem surgir muitos problemas. Temos alertado a prefeitura sobre isso”, acrescenta.
Animada com a retomada dos eventos presenciais, a presidente da Central de Negócios Imobiliários, Marisa Macagnan, ressalta que o novo Plano Diretor vai preparar a cidade para ser bem mais sustentável e igualitária para todos que nela vivem, definindo como e para onde ela deve crescer, bem como as diretrizes urbanísticas e as políticas de organização. “Por isso, é de extrema importância que os profissionais do setor entendam o que está acontecendo e participem da revisão por meio de participação em audiências e conferências públicas”, reforça Marisa.
Central retoma Rodada de Negócios no início de julho
O evento foi encerrado com a participação do diretor da Central de Negócios Imobiliários, Silvio Saiti Iwata, que assumiu a palavra para apresentar a nova proposta de Rodada de Negócios da Central de Negócios Imobiliários. A iniciativa, que ficou paralisada durante o período da pandemia, será retomada no próximo dia 4 de julho.
Na ocasião, Iwata comentou que os corretores de imóveis recebem com bastante frequência a seguinte pergunta dos clientes: qual é a sua melhor opção? Só que a demora em apresentar a resposta pode significar a perda da oportunidade de negócio. “Por esse motivo, a sugestão é que, em poucos segundos, cada representante de imobiliária faça a apresentação do melhor imóvel de venda ou locação que tiver no momento. Assim, treinamos para essas situações e fomentamos ainda mais negócios entre nós”, afirma.
Fonte: Graziela Cavalaro/AZ Magazine.
Fotos: Paulo Souza/AZ Magazine.